quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Somos todos homens-elefante

As voltas que o mundo dá...

Actualmente eu posso dizer que gostaria de espancar ou gasear um cigano ou um preto (ou vários, para não desperdiçar gás), mas não posso dizer o mesmo em relação a um cão ou vários (pelo mesmo motivo). Não me interpretem mal, não acho nada mau a valorização do cão, bem pelo contrário, o que acho mau é a continuação da desvalorização das pessoas de etnia diferente, ou de outra qualquer coisa diferente... E a forma como isso continua a ser tão bem aceite em alguns meios. Portanto, neste caso as voltas que o mundo deu foi no sentido da valorização dos animais, pois os instintos básicos do ser humano em não aceitar o que é diferente, na realidade, continuam. Para isso existem várias teorias, eu pessoalmente gosto muito daquela que diz que não conseguimos gostar do que é diferente por não nos revermos nelas, ou seja, básicamente gostamos é de nós próprios.

Também é curioso que apesar da nossa melhoria na forma como vemos os animais, eles continuem a ser tão mal tratados, se calhar só melhorámos a nossa teoria. Então eu acho que em termos teóricos melhorámos na relação com os animais e piorámos na relação com as pessoas diferentes, mas que na prática, continua tudo na mesma. Também tenho a minha opinião quanto ao facto de maltratarmos tanto os animais e não fazermos o mesmo em relação aos ciganos e pretos. É que os animais não falam e não se defendem tão bem. E tudo o que seja diferente, vulnerável (no sentido de estar ali, à mão de semear) e não fale, está tramado. Vejam o filme do homem-elefante, a sério, vale a pena. Levanta muito bem esta questão e dá que pensar.

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