quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Coisa profundamente irritante nº 6 - Pessoas que fazem auto-propaganda...

"Gaba-te, cesta, que vais à vindima!"

Há por aí muita gente que se vende a toda a hora, a toda a gente, sem ninguém lhes pedir nada, nem ter qualquer intenção de os comprar. Mas tanto insistem em dizer que são fantásticos, óptimos amigos, pessoas sensíveis e engraçadas e o que mais lhes venha à mona... Que nós pensamos: "Bom, se insiste tanto é porque se calhar até é verdade". Mas não, nunca é, é sempre banha da cobra e publicidade enganosa e da grande! A única coisa que conseguem com toda esta gabarulice é fazer os outros perder tempo até chegar à conclusão que não valiam um chavo (e isso às vezes pode demorar um bocadinho...) e só mesmo eles é que se acham assim tão virtuosos (ou pelo menos transmitem essa ideia aos outros, porque se calhar nem mesmo eles acham isso). Talvez pareça realmente "lixada" com esta malta e é verdade. Esta é das minhas coisas profundamente irritantes favoritas!

O ditado popular descobri-o ontem, já tinha ouvido algures mas só agora prestei atenção e achei engraçado que houvesse uma forma tão popular para nos referirmos a esta gente: "Gaba-te, cesta, que vais à vindima!"

A conclusão a que cheguei nos últimos tempos em relação a estes cestos auto-propagantes é que quem diz que é muito nosso amigo, é quem é menos, é quem está extremamente ocupado quando mais precisamos de alguém, quem diz que é muito boa pessoa, é quem tem o pior fundo, quem diz que é muito bem formado é quem depois é uma "cavalgadura" com os outros à volta. E poderia dar aqui muitos outros exemplos que me apercebi por experiência própria. Cheguei até à conclusão que existe um outro tipo de auto-propaganda inverso e também enganoso, de pessoas inseguras que se desvalorizam mas depois dão fortes provas de serem grandes pessoas. E descobri então que a melhor forma de vermos quem temos à volta é reparando nos pequenos pormenores, nos gestos "insignificantes", aqueles que não controlamos (para iludir os outros) e que quando comecei a usar essa estratégia me apercebi que tinha tudo trocado, os melhores amigos em 2º plano e os piores em 1º. E tudo porquê? Auto-propaganda... É mais fácil guiarmo-nos por ela, ou melhor, deixarmo-nos levar por ela. Quer queiramos quer não, estes são os cestos que se vendem melhor na altura das vindimas!

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