quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Coisa profundamente irritante nº 13 - Melgas... humanas

Qualquer um dos dois tipos de melgas (humanas ou insectos) são profundamente irritantes, uma vez que ambas zumbem aos nossos ouvidos sem nos deixar em paz e ambas nos sugam o sangue. Mas, quer uma quer outra, têm a sua importância, umas na cadeia alimentar e na ordem natural e outras na nossa vida, e por isso, não existem por acaso... Mas aqui irei apenas referir-me às humanas, portanto será nas suas qualidades e defeitos que me irei focar durante os próximos minutos. Sim, as melgas têm qualidades!

Não me posso referir às melgas como algo positivo, não o são. Positivos na nossa vida são os amigos. Mas elas são importantes e não surgem por acaso, surgem porque de certa forma fazem falta e não "entram" sem ser convidadas, somos nós que as vamos buscar. Eu chamo-lhes melgas, mas há quem se refira a elas como companheiros. São no fundo aquelas pessoas que gostam da nossa companhia, embora possam não gostar de nós, nem nos ter qualquer respeito. Todos nós as temos ou tivemos na nossa vida. Porque elas são óptimas companheiras, é um facto (não confundir com companhia). Pessoalmente tenho até a dizer que não há ninguém que me faça sentir mais valorizada, no sentido de me sentir uma boa companhia, do que uma melga. Pois não me dá negas, nem me faz pior, não cancela nada que já esteja combinado e isso vale ouro! É por isso que eu admito que não lhes consigo resistir, acho essa valorização importante, são digamos quase como uma droga. O facto de saber que combino uma coisa com elas e ela vai cumprir-se de certeza, esse conforto é impagável, é como tomar um ecstasy... Mesmo. (Vejam lá o que não poupo em saúde e dinheiro!) O problema vem depois, vem quando ganham confiança, quando se começam a revelar, aí quebra-se o encanto todo... (Ou não, se ao ganhar confiança o encanto não se quebrar, estamos perante o maior tesouro que podemos encontrar. Um amigo que é companheiro, uma espécie de melga sem defeitos. Pessoalmente, devo ter tido um achado destes para aí uma vez na vida. Mas sobre isto irei falar nas 365 coisas que me fazem profundamente feliz!)

Uma melga confortávelmente instalada na nossa vida é o pior que pode acontecer. Ela será possessiva, ciumenta, manipuladora e uma amiga sem nada para dar, por muito que quisesse tentar. Nunca percebo muito bem porque são ciumentas, se não têm nada para dar enquanto amigas. Mas são. Depois surgem as rotinas e a obrigação de sair com elas e o saber que quanto mais sairmos com elas mais confiança irão ganhar e mais possessivas se irão tornar. As faltas de respeito com a confiança também tendem a crescer em quantidade e em gravidade. Depois até namorados nos vão querer impingir, tudo aquilo lhes der jeito. Elas estão dispostas a decidir a nossa vida toda: com quem namoramos, onde passamos as férias e claro quem serão os nossos melhores amigos: Elas! Chega então a vontade de nos afastarmos, é então que dão uso ao nome de MELGA. Vai ser a pior parte de todo este processo...

Resumindo, aquilo que eu acho é muito simples: As melgas são seres perfeitos com prazo de validade. É importante saber quando lhes dizer adeus, que é aquele momento em que percebemos que surgiu a primeira atitude de possessão ou a primeira falta de respeito. Não, não é impressão nossa, o prazo de validade dessa melga chegou mesmo ao fim. É altura de dizer: Adeus!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Coisa profundamente irritante nº 12 - Estrangeirices linguísticas

Ora cá está! Uma das minhas "coisas profundamente irritantes" favoritas! Esta é mesmo de me "eriçar o pêlo"! Provávelmente estará em 2º ou 3º lugar no Top das coisas irritantes. Aliás, quem me conhece sabe que não há coisa que ache mais parva que a introdução do inglês (à bruta) no nosso português. Aliás já consta no meu antigo blog e foi na altura bastante comentado e atrevo-me até a dizer que foi até um pouco polémico. Ah, pois atrevo! Desta vez sei que não irei ter tantos comentários, tenho pena, tenho saudades dos tempos em que conseguia fazer do meu blog um sitio de troca de ideias. Enfim... Hoje há mais sucesso no Facebook, mas eu cá gosto mais aqui do meu cantinho. Voltando à vaca fria (ah como eu adoro estas expressões tão portuguesas), mais do que me irritar, fere-me a alma ver uma língua tão bonita e expressiva como o português ser trocada por nós, portugueses, que deveriamos ser os seus principais guardiões, assim por dá cá aquela palha. "Don't get me wrong"! Não tenho nada contra a língua inglesa, até acho que tem os seus encantos, mas usê-mo-la POR FAVOR apenas nas alturas em que deve ser usada. Temos a nossa própria língua, já viram? Não é bom? Usê-mo-la! Sem medo e bem, sem erros. Para que vamos já investir em "estrangeirices", se nem a nossa sabemos falar correctamente?

Se acho que não tem muita piada ouvir bandas portuguesas cantar em inglês, pois as letras não têm a mesma força e a pronúncia às vezes deixa muito a desejar, acho bem mais grave trocarmos palavras ou expressões que sempre foram usadas em português, por outras que são as mesmas, mas... em inglês. Só porque de repente diz que é de bem. Diz que é bonito andar por aí a falar em inglês a torto e a direito, mesmo quando não faz sentido nenhum. São fases dirão alguns, mas esta fase, parece-me a mim, tem tendências a manter-se ou a piorar. E agora vem aí o acordo ortográfico e anda tudo em pânico, não sei porquê, uma vez que essas pessoas assustadas são as mesmas que usam o inglês, mas não querem perder o português que cada vez usam menos, porquê? Eu também me assusto com isso e também me recuso a usá-lo, mas acho bem mais grave esta situação que relato.

Continuo a achar que a nossa língua é das mais bonitas, das mais complexas (existem sons que só estão mesmo no português), um dos nossos maiores bens e devia ser estimada por todos nós, portugueses. Às vezes tenho a sensação que os brasileiros a tratam bem melhor e nós estamos sempre criticá-los, eles que até já criaram o Museu da Lingua e todos nós sabemos que os museus existem para conservar o que se está a perder... Se calhar foi uma boa ideia. Se eu pudesse, acreditem que me dedicava bem mais a esta causa, gostava de fazer realmente passar esta mensagem, de conseguir mostrar o meu ponto de vista e de como isto me irrita bem cá no fundo!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Coisa profundamente irritante nº 11 - Cruzamento de pernas feminino, abertura de pernas masculina...



Em tempos um cruzamento de pernas foi um sucesso enorme nas telas de cinema e talvez seja por causa disso que há tanta mulher e rapariga a querer cruzar as suas pernas custe a quem custar! Não sei, mas o que eu sei é que eu cá não acho piada nenhuma a cruzamentos de pernas, aliás deles quero distância e as minhas pernas então querem kilometros de distância! Detesto aquele toquezinho irritante ou pior aqueles "toquezinhos" de deixar a canela dorida! Ás vezes, sobretudo no metro, só ao 3º ou 4º encontrão é que a pessoa à minha frente percebe que é para descruzar as pernas. Nos cafés e restaurantes é mais facil resolver a situação a desenvolver-se por debaixo da mesa, pois a pessoa é nossa conhecida. É só chamar-lhe a atenção, consoante a nossa confiança com ela ou consoante a insistência no cruzamento. E tudo isto acontece porquê? Acontece porque básicamente o que se passa é o seguinte: A malta quer cruzar a perna e quem estiver à volta que se lixe... Leva pontapés e é incomodado. Então, a moça tem de cruzar a perna e toda a gente sabe que "o que tem de ser tem muita força". E não pensem que isto é exagero, eu é que sei os nervos que eu passo à conta deste capricho pernal.

O cruzamento de perna nas mulheres está para o vizinho da frente como as pernas abertas dos homens estão para o vizinho do lado. Só que estes fazem pior, levam um encontrão, dois ou três ou mais e fecham um bocado as ditas cujas, mas aos poucos voltam ao mesmo e quando damos conta lá estão outra vez de perna aberta enquanto muitas vezes eu já vou de lado (normalmente isto acontece nos autocarros). Mas qual é o problema em fechar as pernas afinal? Ainda não percebi, mas gostava que viesse aqui um especime do sexo masculino explicar-me o que é que se passa ali. Será que receiam esborrachar alguma coisa? Outra coisa que reparo neles é que muitos levam as mãos a proteger o sitio. Das duas uma, ou têm medo que lhes caia... portanto... os... vocês sabem ou têm medo que alguma cruzadora com a perna mais longa lhes acerte lá. É que elas não olham, é cruzar e mais nada, vai tudo a eito! Nos transportes acredito que não aconteça com muita frequência pois há uma distância de segurança mas, sabe-se lá noutras ocasiões. Quer uma coisa, quer outra parecem-me tão irracionais que não fico nada admirada se numa noite de encontro romântico o perna aberta sofra vários pontapés lá, no sitio do costume, da sua amada cruzadora.

sábado, 16 de outubro de 2010

Plano para depois dos 30... e antes dos 40 #II "Conduzir"



Bom, eu espero antes dos 40 já estar a conduzir com confiança e estar a usar o carro como forma de me tornar mais independente e não como tem sido até agora, para me tornar ainda mais dependente dos outros. Uma vez que sou obrigada a ter alguém do meu lado para conseguir aprender e habituar-me à condução.

Para algumas pessoas conduzir pode até ser fácil, para mim não é, nem tido mesmo nada fácil até agora. E embora isso também se deva aos meus problemas de atenção e de visão, considero que o meu maior problema nem tem sido a condução em si, mas sim a dificuldade em arranjar quem venha comigo, quem queira ajudar-me. E vou até fazer-vos aqui um desabafo: Se houve alturas na minha vida em que me senti sozinha, esta foi com certeza uma delas. Mas... Recorrendo ao Alvim, "nós somos responsáveis por tudo o que temos e o que não temos na nossa vida". Disso não posso fugir. Se não tive muita gente a disponibilizar-se para vir comigo, se alguns vieram uma vez e desistiram e se não pude passar esta fase de aprendizagem da minha vida com amigos e de forma mais divertida e descontraída, a culpa é apenas de uma pessoa...

Só espero que até aos 40 eu resolva esse problema, juntamente com o da condução. (Mas mais tarde irei falar aqui sobre isso, sobre a necessidade de ter a arrumação da minha vida relacional como um dos meus planos mais importantes para antes dos 40!)

...levem-nos a tanga também.



Deixemo-nos de rodeios, vamos mas é directos ao assunto!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Plano para depois dos 30... e antes dos 40 #I "Dizer tudo como os malucos!"

Ora e como prometido é devido e todas as pessoas que lêem este blog (para cima de uma multidão de dois ou três) estavam à espera e como quem espera sempre alcança... Cá vai, o meu primeiro plano para colocar em prática a partir dos 30 anos. Tudo bem que só entro nesse clube em Novembro, mas não custa nada começar a pensar já nisso, afinal já não falta assim tanto.

Assim sendo, tomei uma decisão muito importante na minha vida, a partir dos 30 não mais irei esconder a minha irritação, indignação, admiração, apreço, fúria, opinião, apego, desprendimento... Enfim... acho que já perceberam. Isso das contenções é coisa para a malta nova... Para quem não chegou à "redonda" idade dos 30. Não, estou a brincar, não acho nada que ter 30 anos seja ser velha mas acho que é uma boa idade para tomar decisões, fazer mudanças em nós. É um número redondinho, é conta certa! E é tão bom fazer mudanças. Dizer: "A partir de agora serei assim..." E levar mesmo isso a cabo? Ainda melhor! Mas eu vou levar! A sério, é mesmo um projecto a que me comprometo. Vou dizer o que penso e sinto muito mais vezes! Até já comecei! E sinto-me muito bem!

Coisa profundamente irritante nº 10 - Toques na cadeira...


Se há coisa que me faz olhar de lado para alguém e até mesmo ter um impulso incontrolável para lhe gritar: "Pára com isso!!!" é darem toques na cadeira onde eu estou sentada e fazer-me sentir aquela espécie de vibraçãozinha irritante. Esse é o tipo de sensação que eu só admito, sem ter um ataque de nervos, se estiver a haver um tremor de terra, senão, não há necessidade nenhuma de a estar sentir. Por isso, tirem as mãozinhas da minha cadeira, ou os pézinhos (esta versão acontecia mais na escola, feita pelo meu colega de trás e sim já aí eu me passava completamente, até porque muitas vezes continuava a fazer o mesmo apesar das minhas várias chamadas de atenção, algumas já bem iradas).

Não sei se isto será apenas coisa minha ou se mais alguém sofre deste mal. Confesso que nunca fiz nenhuma sondagem sobre o assunto. Nem sei qual será a expressão facial de quem está a ler isto... (Admiração? Horror? Estupefação? Medo?) Mas é daquelas coisas que me irrita mesmo profundamente. Deixem a minha cadeira em paz, custa muito? É preciso continuar a ter discussões com a pessoa ao meu lado por causa deste assunto? Não se pode apoiar noutro sitio?

E depois há sempre aquelas alminhas, aquelas de que já falei anteriormente. São as que continuam a fazer isto mesmo que lhes chame a atenção e lhes mostre que não estou mesmo a gostar da atitude, elas fazem isto porque são muito divertidas. São aquelas alminhas que acham que os outros se divertem muito quando são contrariados e irritados de propósito e que essa é uma óptima estratégia para manter amizades e divertir a malta. Enfim, são pequenos detalhes...